quinta-feira, setembro 15, 2005

Geração Rasca já foi...

Eu ainda sou do tempo em que uma televisão LCD com quarenta polegadas só custava cem escudos. Nessa altura diziam que fazia parte da Geração Rasca! Se bem que nunca entendi o porque de algo tão depreciativo para com a minha geração tenho que reiterar esse rótulo e corrigi-lo. Podem-nos chamar de rasca mas nós sabemos melhor e para prova-lo revelarei o nosso verdadeiro nome mais adiante.

Antigamente, quando se podia comprar um bilhete de metro por 20 cêntimos ( leia-se 40 escudos ) e beber um café por ainda menos os jovens ao chegarem à maioridade eram confrontados com uma decisão. Saio ou não de casa? A grande maioria saiu de casa e aterrou na vida real tendo que trabalhar que nem cães para poderem comportar os custos. Apenas foram, porque havia um grande argumento contra ficarem na casa dos progenitores: Não podiam dar as quecas com as namoradas à vontade! Logo, toca a arranjar uma barraca para lá viver. E assim se dava a entrada na vida real, de facto unicamente propulsionado por esse facto incontornável, pensavam eles, acarretando com custos de comida e manutenção de uma casa sem contar com o tempo aí gasto.

Mas depois chegaram as novas gerações, que confrontados com factos económico-sociais mais complicados que os dos seus antecessores se viram forçados a pensar melhor na altura da tal decisão. E eis que a nova geração marcou a diferença, tendo encontrado uma alternativa.

Um jovem que até esse momento ficava a viver com os pais era considerado uma imensidão de coisas negativas. Hoje, pretendo-vos desmistificar a razão por qual cada vez mais jovens ficam durante muito mais tempo com os pais.

Em casa comem a comida que é boa e não custa. Em casa podem dormir, tomar banho e tudo que precisam excepto satisfazer uma necessidade biológica. Ora, se assim é, faz-se como os homens durante a sua crise de meia idade e vai-se ao hotel! Assim nasce a geração Ibis, evoluindo a forma de pensar dos nossos dias. Seja o hotel usado Ibis ou um de uma estrela no bairro alto, o necessário está lá. Com ou sem “ fenêtre “ tem sempre uma cama e uma casa de banho. Os custos são bem menores que comprar ou viver fora do covil. Mão à palmatória, mas também não é tudo mel...

Serão giros os percalços de alguns rapazes cujo nome já está na base de dados do hotel e a rapariga com quem estão se pergunta pelo porquê. Fica desde já esta pequena referência para futuros utilizadores deste tipo de serviços, usem nomes diferentes.

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