As aulas recomeçaram e o tempo cada vez vai ficando mais escasso, mas não é algo tão insignificante que me manterá longe de continuar a mandar estupidades para o ar. Para além de poder usufruir da experiência única que é cada viagem em transportes públicos portugueses com 2 horas de duração por dia, parece que estou destinado a relata-las visto que acontecem mesmo à minha frente...
Estava a falar com o meu advogado e a namorada dele, quando ouvimos um pum!!
Sendo tugas ( eu pelo menos metade ) fomos logo ver o que se passava, para depararmos com apenas outro acidente rodoviário menor. Os intervenientes eram uma rapariga a meio sua terceira década e um senhor que parecia ter um século. Logo ali deu para ver que nenhum se ia dar como culpado e chamou-se a policia. Havia uma esquadra a 30 segundos do local do acidente mas como essa dita esquadra apenas dispões de UM CARRO INTEIRINHO para cobrir 40.000 habitantes, lá demorou o seu bom quarto de hora até que um carro de patrulha chegasse para tomar conta do acidente. As medidas foram tiradas e os carros retirados da estrada. Entretanto a rapariga, através de telemóvel, chamou duas amigas giras que, sem demora lá se meteram com os policias. Nessa altura a situação já era bastante cómica mas o inimaginável aconteceu e se não tivesse visto não acreditava:
Enquanto os policias falavam muito seriamente com os intervenientes, a fim de estabelecer a culpa, um homem vestido à civil dirigiu-se com convicção para o meio da reunião. Lembro-me de comentar que achava estranho, o homem que parecia um policia à paisana ser necessário para coisa tão insignificante. Nesta altura a rapariga já estava a chorar sendo consolada pelas amigas giras que ainda conseguiam manter contacto visual com o policia. Estando ele então no meio dos quatro, abre a boca para dizer: “ Alguém me sabe dizer onde fica a Rua Henrique Vilhena?”
No meio da risada ainda conseguimos ver o policia a consultar o mapa que tinha dentro do bófia-mobile e após 5 minutos de estar a dar indicações o outro cromo lá se foi.
No fim, o senhor e a menina lá decidiram preencher a declaração amigável. Nem mais! Toca a chamar a policia, faze-los tirar medidas, anotar essas medidas, combinar declaração amigável e deixar as seguradoras lixarem-se uma à outra, como lixam quem delas precisa. Gostei!
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