quarta-feira, agosto 10, 2005

Sudoeste - fresco


Já passaram alguns dias e certamente os fãs mais ávidos ( n sei de nenhum )
devem-se ter questionado do porquê. Fui ao Festival do Sudoeste. Como tal os próximos posts neste blogue serão à cerca das experiências aí vividas.

Para quem não sabe, o sudoeste é um festival anual que se realiza na zambujeira do mar, para os mais desnorteados, no Alentejo. Este foi o segundo a qual fui, tendo cometido alguns erros pela segunda vez nesta edição. Em 98’ procurávamos um lugar para montar a tenda quando demos com um enorme espaço em qual montámos imediatamente a tenda. Heh, aqueles ali atrás devem ser mesmo parvos, tinham aqui alto spot para montar a tenda e não montaram, somos mesmo espertos!

Amigos, se algo é aparente a todos e supostamente bom, e no entanto ninguém usufrui, é porque tem bixo. Pois o bixo não estava no chão mas sim em cima. Uma clareira gigantesca que parecia actuar como uma lente para o sol conseguir reproduzir o efeito de estufa mortal nas tendas aí colocadas, as nossas.

Este ano, num ataque de esperteza, optámos por acampar numa herdade perto do sudoeste, assim conseguindo evitar a confusão e stresses do acampamento geral. Quando lá chegámos, apenas pensei em clareira gigantesca. Quem alguma vez viu o National Geographic certamente tem uma ideia visual do que é uma savanna africana, era tal e qual. Sem sombra, novamente, podíamos dormir apenas 3-4 horas por noite até que o sol nos acordasse. Quando digo acordar, não é com uma boa musica no despertador ou algo comparável a um agradável beijo para acordar. Não. Acordar era sentir um aperto nos pulmões e garganta, dar com o corpo completamente coberto de uma película de suor e sentir uma sede que nos torna animalescos.

Durante esse amoc animalesco matinal então procuramos imediatamente sem sequer racionalizar as acções algo para beber, para dar fim à agonia. Nesse momento dá-se com uma garrafa de agua a metade. Antes de a vermos já a temos na mão, aberta e pronta a terminar o sofrimento. Que alívio!!!

Not!!

Há um pequeno pormenor, se a tenda está quente, não existe agua, apenas chá e bem quentinho ali a ferver desde as 6 da matina. A primeira golpada de agua nem se sente devido à secura de todos os tecidos, no entanto a segunda já nos queima a boca e provoca que se cuspa tudo para fora. Secalhar devias ter aberto a “porta” da tenda antes de te pores a molhar todo o interior da tua tenda não? Boa ideia.

Conformado com o sucedido e pensando onde poderá obter agua ou qualquer coisa que se beba, de preferência bem fresco, o olhar é desviado para o lado. Já sei porque é que não fui picado... estão uns 7 bixos, misto de moscas, melgas e outros desconhecidos, todos de patas para o ar, lado a lado.

E como se isto tudo não chegasse, no fim do banho matinal é que dão conta que apenas dormiram 3 horas e são 9 da manhã, e o primeiro concerto é às 21h.

Então fica-se a marinar ao sol, de vez em quando dando um banhinho para não assar. Aliás, poderão identificar quem no sudoeste esteve por duas características muito óbvias: Estão completamente sobre-bronzeados (vários casos de escaldões também incluídos para as “lagostas humanas” ) e mais distintivo ainda, a marca da pulseira da treta em um dos pulsos. Eles andem aí....

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